Inteligência Artificial Generativa em Empresas na “Era do Caos”

Escrito por Beatrix Valiceli

em 31 de agosto de 2023

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A evolução de tecnologias de Inteligência Artificial Generativa está cada dia mais impressionando empresas, conseguindo driblar os desafios do que chamamos de “Mundo BANI”. Para aqueles que não estão familiarizados com o termo, é necessário dar um passo atrás para entender como ele facilita o entendimento de toda a complexidade das relações sociais do mundo atual. O mesmo, pode ser aplicado no mundo corporativo.

A criação do Mundo BANI veio como uma nova tentativa de definição da realidade. O termo foi baseado em outro já conhecido no meio empresarial, criado durante a Guerra Fria pelo exército americano: o “Mundo VUCA”. 

Mundo VUCA

Para relembrar, o Mundo VUCA tem como principais pilares a Volatilidade (Volatility), Incerteza (Uncertainty), Complexidade (Complexity), Ambiguidade (Ambiguity). Esses termos não apenas definiam situações de guerra, mas também começaram a compreender o mercado empresarial, em que:

  • A volatilidade tem relação com a velocidade das mudanças e as suas consequências no mundo, trazendo:
  • Incerteza, mostrando a dificuldade de previsibilidade dos acontecimentos por essas mudanças muito rápidas, já que:
  • Para a tomada de decisões, a complexidade de todas as variáveis deve ser considerada. Elas podem se mesclar em tantas outras combinações, que podem resultar em:
  • Ambiguidade de situações que deveriam ser previstas em todas as suas variáveis.

Mundo BANI

Já o Mundo BANI foi um termo criado em 2018 pelo antropólogo Jamais Cascio. Para tentar mitigar os gaps que o Mundo VUCA deixa na nossa atual configuração social, o antropólogo adicionou as suas percepções, baseadas principalmente nos novos comportamentos humanos em relação à tecnologia. Os pilares de sustentação da teoria do Mundo Bani tem relação com Fragilidade (Brittle), Ansiedade (Anxious), Não-Linearidade (Non-Linear), e na incompreensibilidade (Incomprehensible), em que:

  • O cumprimento de ações baseadas somente na eficiência gera uma fragilidade dos processos, ocasionando:
  • Uma ansiedade em realizar previsões para antecipar riscos, que podem acabar trazendo:
  • A não-linearidade de acontecimentos, que acabam gerando um impacto e desequilíbrio do todo, tornando as relações:
  • Incompreensíveis, pois estão baseadas em incontáveis informações e contextos que podem gerar confusão nas linhas de raciocínios para enfrentamento de adversidades.

No mundo BANI, a tecnologia é um divisor de águas para a definição da atual realidade. Mas, ela não pode ser considerada a vilã dos novos problemas da atualidade. Quando falamos de tecnologias exponenciais (1) são imensos os benefícios que a tecnologia traz e trará para a sociedade, principalmente quando falamos da sua utilização nas organizações.

Alexandre Ormigo, Country Manager Director da Stratview Brasil, mostra que “há um conjunto grande de tecnologias exponenciais sendo desenvolvidas paralelamente. Como por exemplo, posso citar Inteligência Artificial Generativa, Nanotecnologia, Biociência, Energia Renovável, Robótica, Internet das Coisas, etc. Elas podem nos auxiliar nos desafios do mundo BANI. Adicionalmente, observa-se que elas estão se mesclando neste processo de desenvolvimento. Com isso, as aplicações práticas em nossa sociedade são exponenciais. Como exemplo disso, temos: carro autônomo, robôs em cirurgias à distância, realidade aumentada aplicada nas indústrias de produção, construção civil e entre outras, etc.”

 

E qual é a responsabilidade das empresas em relação a todo esse “caos” gerado pelo Mundo BANI?

Para garantir a relevância nos negócios, as empresas estão tendo que realizar transformações digitais que auxiliem na tomada de decisão rápida e efetiva. Isso mostra a necessidade de acompanhar e combater todos os efeitos colaterais que o mundo BANI traz na nossa sociedade.

Segundo o Edelman Trust Barometer de 2023, na visão da população mundial, apenas as empresas são consideradas competentes e éticas. No Brasil, 78% da população tem maior confiança nos seus empregadores do que em qualquer outro setor (considerando ONGs, Mídia e Governo). Esse dado mostra a necessidade das organizações de assegurar todos os seus públicos dentro de um mundo polarizado.

A pesquisa ainda deu ênfase no sentimento de colaboradores em relação aos valores de seus empregadores. 74% dos brasileiros entrevistados acreditam que ter impacto social é uma forte expectativa ou um fator decisivo quando consideram uma vaga de emprego.

Para Alexandre, esses números dialogam diretamente com o senso crítico das novas gerações presentes no mercado corporativo. Segundo o executivo, isso mostra que “sempre houveram discussões deste tipo, mas é fato que as novas gerações trazem isso mais aflorado. Isso fala inclusive com temas como a pegada do ESG(3) mais forte e natural, chegando ao ponto de escolher onde quer desenvolver sua carreira. Essa nova geração se baseia não só em desafios e possibilidade de crescimento profissional, bem como de um bom pacote de remuneração, mas principalmente por alinhamento de Propósito.”

A partir dessas análises, as empresas devem considerar que, entre os stakeholders de uma empresa, os colaboradores são os que deveriam ter a maior atenção das empresas. Tal análise deve refletir que a estratégia de negócio depende da satisfação e entrega desses colaboradores.

Como aplicar a Inteligência Artificial Generativa nas empresas?

Visando esse público, organizações estão combinando os seus processos de gestão empresarial com modelos de Inteligência Artificial Generativa. Essa mudança tem o objetivo de melhorar a produtividade de times e desbloquear um mundo novo de habilidades, ideias e criatividade para realmente ter um impacto direto no lugar de trabalho para os colaboradores.

Aqui, Ormigo enfatiza a máxima trazida por Simon Sinek, autor de “Comece pelo porquê”, em que “liderar pelo Propósito é a melhor forma de engajar as pessoas no longo prazo, principalmente os talentos das novas gerações. Eles deverão dominar melhor as Tecnologias Exponenciais e sua aplicação neste Mundo VUCA ou nos próximos que virão. Assim, estarão trazendo/criando novas aplicações práticas para os negócios.” Para Alexandre Ormigo, empresas devem utilizar dessas ferramentas para gestão. “A Oracle vem fazendo isso com a sua solução para Recursos Humanos, em que a Inteligência Artificial Generativa está embebida nos processos de RH, trazendo insights, capturando mais valor para as companhias, bem como seus stakeholders, e melhorando a experiência dos colaboradores.”

Inteligência Artificial Generativa na Oracle HCM

A Oracle, empresa desenvolvedora de softwares de gestão empresarial, está introduzindo a Inteligência Artificial Generativa em seus produtos de Cloud HCM visando a redução de fricção entre os colaboradores e os processos de RH. Dentre as novidades, as ferramentas têm habilidade de sumarizar, criar autores e recomendar conteúdo para sua força de trabalho. Dentro do Oracle Cloud HCM, os clientes serão capazes de tirar vantagem de modelos de linguagem para reduzir drasticamente o tempo para realização de tarefas, melhorar a experiência do colaborador, aguçar a precisão de insights da força de trabalho, e finalmente o valor do negócio.

Além disso, a Inteligência Artificial Generativa dentro de sistemas de gestão de pessoas, consegue garantir altos níveis de segurança para as empresas. Ela funciona a partir do uso de dados proprietários para refinar modelos de necessidades específicas de negócios, mantendo dados sensíveis em segurança.

Trazendo mais insights sobre o assunto, a Oracle realizou no dia 23 de agosto de 2023, um evento com o tema O Poder da Inteligência Artificial Generativa” aplicado no contexto corporativo das organizações, com um foco especial na Gestão do Capital Humano. O evento trouxe como RHs e gestores poderão explorar essa tecnologia para obter maior produtividade e melhores resultados.

Notas de Rodapé

(1) Tecnologia Exponencial: qualquer tecnologia que segue a Lei de Moore(2) e traz uma ruptura com a forma que a sociedade vive/se relaciona. Um exemplo de tecnologia exponencial é a moção de máquinas a vapor, oriundo da queima do carvão. Isso trouxe uma mudança incrível na forma de produção, ou ainda, após essa fase, tivemos um outro salto de produtividade e inovação quando a energia elétrica a substituiu;
(2) Lei de Moore: baseada na tese de Gordon Moore, em que originalmente ele observou que os transistores duplicavam a sua capacidade de processamento entre 18 e 24 meses. Além disso, o custo reduzia drasticamente neste período. Ao projetar esses resultados na linha do tempo, ficou claro que em pouco tempo o produto (neste caso os transistores) evoluiria e mais barato, acessível e aplicável ele se tornaria.
(3) ESG: é um conjunto de boas práticas focado no mundo corporativo, onde objetivo é construir negócios sustentáveis e ecologicamente/socialmente sustentáveis. Os três pilares do ESG são: Environmental (Ambiental) , Social (Social) e Governance (Governança), que em Português nos apresenta o acrônimo ASG.

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